quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Galera de Cowboy


Da janela do meu quarto vi passar uma gentinha estranha
A mais esquisita possível
Eram cinco no total
Cada qual com sua esquisitisse.
Na frente vinha um rapaz de cabelos enroladinhos
Andava quase como se estivesse dançando
Caipira com sua camisa xadrez
Tinha um ar de sonhador e comediante.
Atrás vinha um sujeitinho musculoso
Braços fortes de botar medo
Mas a cara que não machuca uma mosca.
Vinha andando como se não pertencesse ao bando
Mas se preocupando em manter todo mundo à vista.
Depois vinha uma meninazinha de olhos claros
Sardas como farelo de paçoca
Ia devagar com um sorriso de menina levada
Não fosse pelo grupo esquisito, pareceria normal
Cara de quem estudava muito pra tentar deixar de ser caipira.
Atrás dela vinha um tal de Antônio
Cachinhos dourados, cabelo de anjo
Só o cabelo.
Usava óculos escuros e camise vermelha
Vermelha como suas bochechas no rosto branquelo.
Por último, não menos esquisita
Vinha umazinha de chapéu de cowboy
Batom vermelho berrante
Andava olhando para o céu sem saber onde pisava
Fazendo zigue zague
Não caía porque o grupo estava à frente.
Pararam na frente da minha janela e me chamaram
Oh, gentinha esquisita!
Chamaram para comer torta de limão que o chefe fez.
Desci do quarto e me juntei ao grupo
Agora composto por seis mundanos, completo.
Gentinha do tipo mais esquisito possível
Mas entre eles nada de anormal
Ou não.
Quem sabe?