sábado, 16 de julho de 2011

Nem tudo é fácil

Cecília Meireles - Nem tudo é fácil

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Donzela da Torre Alta

Oh bela donzela da torre alta, a mais bela não só entre as donzelas, mas entre todas as belezes do mundo. Apaixonei-me pela donzela, de servo tornei-me seu homem, mas continuei servo, e ela, donzela. Ninguém contraria a donzela, mas vinda a noite eu me despeço de seus braços e vou embora da torre trocando palavras até desaparecer.
Como me ama aquela bela donzela, ama também seus pássaros no jardim, as flores em sua janela e os sorrisos em seus quadros. Mas ama a mim acima de tudo, seu fiel servo. A donzela ama seu servo como ama seus pais. Somos felizes, eu e a bela donzela.
Oh graciosa e delicada donzela, suas palavras são como o canto triste da chuva quando molha a grama, seu olhar é como o choro agonizante do bule de chá. Minha donzela, que antes corria pelos jardins e beijava os pássaros, que cantava ao nascer do sol na janela, espiava-me preparando seu café da manhã, agora se ve tomada pelo sono profundo e eterno. Não desperta nem que a toquem, nem que a mãe lhe diga que seu belo príncipe chegará de cavalo e a pedirá em casamento. Por que despertaria se quem a donzela ama não é o príncipe, e sim o servo? Mas não desperta nem que seu amado servo lhe sussurre as palavras mais belas e que lhe beije delicadamente os lábios. Não me deixa triste o sono profundo da donzela, que continua a me amar em seus belos sonhos. Mas como posso saber se dorme feliz? Como posso eu fazê-la feliz sendo apenas um servo?